quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A parede como elemento que destroe limites

Em um projeto de uma passarela para desfiles (PRADA CATWALK WOMAN SS 2010, ITALY, MILAN, 2009), Rem Koolhaas faz uso de um elemento que na arquitetura em geral é usado para criar limites, a parede, porém como forma de abrir horizontes. Transforma a parede num paradoxo, quase um elemento de desconstrução, desconstruindo o binário abrir/fechar.
Neste projeto ele coloca uma parede com sete portas no meio da passarela, dividindo o ambiente em dois mas permitindo ver o outro lado por estas portas . Essa parede recria sua identidade por ser utilizada para projetar uma sequência de 12 imagens diferentes. Mesmo que faça uso de elementos figurativos nessas projeções, recriando ambientes ora clássicos ora abandonados, entre outros, ela cria um ambiente caracterizado por camadas, que ganha uma dimensão de movimentos maior ainda no momento do evento, onde se tem o público, os modelos, a parede, os modelos e o público novamente. Dessa forma, a parede disposta no meio do ambiente (um obstáculo) é usada como forma de expandir a dimensão do espaço físico. O obstáculo para remover obstáculos. A parede, que limita, é usada para romper limites.











































A exemplo disso na arquitetura, tem-se a capela de Ronchanp de Le Corbusier, onde ele faz uso de uma parede grande e imponente para "abrir" o ambiente, num intenso jogo de luz e sombra.
Tais estratégias são interessantes por "abrirem" os ambientes para uma diferente experiência de percepção do espaço, diferente de simplesmente usar uma parede de vidro que abre para o exterior, aqui se trata de abrir para uma dimensão virtual, que permite a cada pessoa olhar por essa abertura e enxergar um mundo diferente.