segunda-feira, 15 de novembro de 2010

I-Machinarius



Parede como elemento que representa a passagem do tempo

Trabalho da artista mexicana Marcela Armas que consiste num sistema de engrenagens que percorrem uma parede formando o mapa do México com o norte para baixo. Este sistema possui lubrificação contínua a base de petróleo e a "energia" está sempre percorrendo um caminho em direção ao norte.
Deixando a parte as possíveis razões políticas da instalação, achei-a ineteressante por tornar a parede um elemento efêmero, que muda constantemente e que representa em si a passagem do tempo visto que quanto maior o tempo em que esta instalação permanecer ativa mais marcada ela deixará tal parede.

domingo, 14 de novembro de 2010

Um filme onde as cores e a solidão são as principais personagens - Blow Up - Depois daquele beijo

Sob a sombria atmosfera de Londres em meados de 1960 situa-se a história de Blow-up - Depois daquele beijo de Michelangelo Antonioni. Cenas caracterizadas pela ausência de diálogos e de soluções imediatas ou convencionais.Um filme que não deixa explícito a princípio seu sentido, em cima de que se desenvolverá e no meio da história deixa entender que seu enredo se desenrolará em cima de uma investigação de cunho policial.
O personagem central da história Thomas, um fotógrafo de moda após revelar fotos que tirou de um casal que se beijava num parque, percebe que pode ter registrado em tais fotos um assassinato por descobrir um corpo junto a um arbusto no parque. Tal "investigação" inicia-se quando o personagem faz ampliações de fragmentos das fotografias, o que pode explicar o título do filme visto que "Blow-up", pode ser traduzido como ampliação fotográfica. O personagem volta até o parque, no suposto local do crime e de fato encontra ali o cadáver. Mesmo o filme possuindo tais ares de mistério quem o assiste com o intuito de desvendar um crime certamente terá grande decepção. O cineasta está muito mais interessado no processo, em como se dá essa investigação e como isto reflete num momento de felicidade e de fuga da rotina para Thomas, personagem que materialmente tem o que quer mas busca algo que lhe falta na essência. Tal afirmação pode ser percebida quando em uma cena, ele compra num antiquário uma grande hélice só para mostrar que pode e mais tarde percebe-se que tal objeto não lhe terá nenhuma serventia ou melhor, terá, será mais um de seus adornos. A investigação que o personagem experimenta ao longo do filme trás para ele um êxtase muito maior do que o obtido ao comprar tal objeto. Isto mostra um contraste que se tem implícito no filme, entre o tangível e o intangível.
Blow-up pode ser caracterizado de forma geral como um filme de contrastes, um deles é o contraste de cores. As cenas, de belíssima fotografia, sempre apresentam determinado contraste de cores: seja de um objeto ou pessoa que se destaca em meio a ausência de cor do cenário ou da sombria Londres retratada no filme; seja do personagem e sua ausência de cor destacando em meio a saturada cor da cena. Em diversas cenas isso pode ser visto como quando Thomas vê a mulher das fotos próxima a um local que onde está acontecendo um show e ele tenta segui-lá. Passa por um beco onde numa parede branca surge sua sombra como elemento de destaque, passa por um corredor coberto por cartazes em preto e branco até chegar de fato ao local do show, onde a maioria das pessoas também possuem gritante ausência de cor o que faz com que os integrantes da banda se destaquem, juntamente com um casal que dança estranhamente em meio ao público, com roupas coloridas e cintilantes. Até mesmo um dos modelos de cartaz do filme explicita tal contraste retratando dois personagens do filme em preto e branco em frente a um fundo vermelho o que mostra que até mesmo a ausência de cor pode ser um elemento de destaque.
É por estas e outras razões que afirmo que neste filme as cores (ou a ausência de cores) e a solidão são as personagens principais. Thomas é apenas um ser, um solitário ser que chega em determinados locais onde o excesso ou ausência de cor já chegou primeiro.


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

De volta....



Depois de alguns meses sem dar as caras, estou de volta. Este blog, que até então era destinado a catalogar trabalhos realizados nas disciplinas de Plástica e Informática agora assume novos objetivos: divulgar imagens, vídeos, artigos, reportagens, etc, sobre o que acontece no mundo das artes, novas mídias, poesia, cinema e fotografia.

Aguardem postagens

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Abrigo do Olhar





O abrigo consiste num emaranhado de mangueiras, feito com arcos e nós de mangueira. Os arcos possuem em seu interior líquidos coloridos.
O circuito consiste em motores que são acionados por um relé de mercúrio. O circuito passa por dentro de uma mangueira e os motores fazem girar hélices coloridas.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Demarcando o espaço da poluição


Exaustor e Dois dias de obstrução são parte de um projeto que analisa a relação do uso de combustíveis de origem fóssil na definição do espaço urbano, a partir da presença no ambiente de resíduos da combustão. O projeto envolve a construção de uma série de embalagens plásticas em formas e capacidades diferentes. Estes invólucros agem como contentores de resíduos despejados pelo escape de vários veículos de combustão interna, poluentes visíveis que ocupam um lugar no espaço. O trabalho destaca a estreita e recíproca relação entre essas máquinas e a cidade de forma a destacar o volume ocupado pela poluição.
O interessante deste projeto é que mesmo com suas limitações em relação ao preenchimento da embalagem ele é impactante, chamativo e acaba por levantar uma questão muito recorrente no mundo atual: o destino do grande volume de poluição emitida diariamente pelas metrópoles. Um diálogo com a cidade e suas irregularidades.

sábado, 22 de maio de 2010

Unindo algumas idéias para concepção do abrigo

Novo modelo para o abrigo, fruto da união de idéias do grupo.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Novas idéias


I

O abrigo consiste em uma estrutura fixa central, da qual se desprende vários "braços" flexíveis, que na extremidade apresenta uma espécie de cúpula. Na superfície da cúpula, haverá contatos elétricos que quando a pessoa segurar com as duas mãos fechará um circuito, que apresentará sons de acordo com o movimento da cúpula. Estes sons devem ser desconexos, compostos de fragmentos musicas, ruídos, palavras, etc. A princípio, gostaria que esta cúpula tivesse uma abertura por onde se possa olhar, e que houvesse algum tipo de lente que torne a imagem em preto e branco ou em câmera lenta. Entretanto, descobri que isso não é possível Então optei por dispor lentes que alterem a percepção mesmo de maneiras mais simples, como alteração nas cores com uso de lentes coloridas. Cada cúpula deverá proporcionar diferentes sensações, para que as pessoas que estão usando possam trocar experiencias.

II
Este modelo é um aparelho composto basicamente por espelhos em uma estrutura. São espelhos côncavos na qual a pessoa que utilizar poderá escolher quantos colocar e onde. Os sensores servem para girar, abaixar ou levantar o aparelho. Em lugares que não tem espelhos, há uma superfície metálica.

III

Este modelo trata-se de superfícies refletoras intercaladas com grades, que "misturam" a imagem de quem está dentro, com a do meio exterior.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Abrigo do Olhar - Idéia Inicial


A proposta deste abrigo é alterar a uma percepção mais atenta da cidade e de suas características tais como detalhes em edificações, texturas do chão ou até mesmo o conjunto de pessoas que transita pelas ruas. Dessa forma, a idéia inicial é criar uma estrutura que lembra um leque, na qual estarão instalados dispositivos óticos por onde as pessoas olharam. Cada um desses dispositivos deverá alterar a percepção de alguma forma.

domingo, 16 de maio de 2010

Interagindo construtivamente com a cidade

Existe um jeito de modificar a forma em que lidamos com a cidade no dia-a-dia? Sim, existe. Por meio da interatividade e do estranhamento, são criadas soluções divertidas que visão mudar o comportamento das pessoas para melhor. Apresento aqui The Fun Theory.

PIANO STAIRCASE
Uma forma divertida de incentivar o uso da escada convencional em vez da escada rolante.

Bottle Bank Arcade

Uma maneira de se divertir enquanto colabora com o meio ambiente. Veja como.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Guto Lacaz - algumas obras


Máquinas V
Performance que chama atenção por trazer diversos objetos do cotidiano porém fora do contexto que estes normalmente são usados como por exemplo abrir um guarda-chuva com uma máquina de escrever ou um duelo com aspirador de pó.



RG Enigmático
Impressora movida a pedal que cria um "RG" de cada pessoa que a utiliza a partir de ícones que
representam aspectos da cultura brasileira. O interessante é que a pessoa após utilizar pode imprimir e levar
seu RG enigmático.

1 - Digite os números correspondentes ao seu RG
2 - Clique em cima da palavra "RG Enigmático" para imprimir
3 - Configure sua impressora para impressão em "paisagem" ou "landscape"


Oxigênio - Buenos Aires

Instalação feita em Buenos Aires, que consiste em seis livros flutuando sob um lago, que pelas imagens passa um ar muito poético.









Chris Burden

Artista norte-americano, Chris Burden nasceu em 1946, em Boston, nos Estados Unidos da América. Estudou arquitetura no Pomona College de Clairmont, freqüentando depois a Universidade da Califórnia. A partir dos anos 70, desenvolveu uma série de ações nas quais utilizou o próprio corpo como material de trabalho e de comunicação, assumindo-se como um dos protagonistas do movimento da Body Art nos Estados Unidos. A sua primeira apresentação pública data de 1971. Nas suas performances, era evidente a tendência para as ações mais extremas e radicais (quase suicidárias), através das quais procurava questionar algumas práticas sociais e tabus ligados à cultura contemporânea e, simultaneamente, colocar em causa a função da arte e a responsabilidade ética do artista. Nestas ações, Chris Burden sujeitou-se freqüentemente a certo número de situações de grande violência e impacto sobre o próprio corpo, como forma a provocar reações na audiência e de abordar alguns medos e tabus íntimos, de caráter individual ou coletivo. Noutros projetos conceituais, desenvolvidos na década de 80, Burden abordou a problemática da comunicação de massas através da utilização da rádio ou da televisão. Estas propostas assumem-se menos radicais e violentas e dispensam muitas vezes o uso do próprio corpo enquanto veículo de expressão. Permitem-lhe também introduzir no seu trabalho temáticas ligadas a questões políticas e sociais como, por exemplo, a Guerra Fria e a ecologia. Algumas de suas obras:

Medusa's Head - 1989-1992
Uma esfera de cinco toneladas de rocha e concreto, medindo 14 metros de diâmetro, paira a 2 metros acima do piso na entrada de outra maneira vazio principal do Museu de Brooklyn, o seu único apoio uma grossa corrente no teto. A escultura sugere o remanescente de um violento choque interplanetário. Ao invés de cobras, esta Medusa possui brotos metros de ferrovia que se cruzavam na superfície devastada com grande complexidade.









Samson - 1985



Samson consiste em um macaco mecânico de 100 toneladas conectado a um sistema de transmissão e uma catraca. O macaco pressiona duas grandes vigas apoiadas contra as paredes da galeria. Para entrar no espaço expositivo, o visitante deve passar pela catraca e esta, a cada passagem, aciona quase imperceptivelmente o macaco. No limite, se o número de visitantes for grande o suficiente, Samson poderá, teoricamente, destruir o edifício.
Esta obra atualmente encontra-se no Inhotim e ao visita-la confesso que fiquei decepcionado com seu estado atual. Era uma obra que possuía grande crítica contra o Museu enquanto instituição e obrigava os espectadores a compactuar com este objetivo para satisfazer sua curiosidade. Como em diversas obras de Burden, que ele assumia papel quase suicida, nessa obra "teoricamente", o público também torna-se suícida, sob o risco de que o museu realmente seja destruído pelo giro da catraca. Nesse sentido, a obra perdeu toda a sua grandeza conceitual e tornou-se um objeto estático e sem sentido algum.








quinta-feira, 6 de maio de 2010

Objeto Interativo com Circuitos

A idéia inicial era um objeto que criasse um certo isolamento do mundo exterior, que a pessoa ao utiliza-lo se sinta imersa em outra atmosfera. Sendo assim, teria que ser algo fechado e todo potencial desse objeto teria de estar em seu interior de modo que quem o utilize, sinta-se realmente atraído a continuar nessa atmosfera fechada. Criei então uma caixa, com o fundo revestido de cacos de espelhos que cria uma imagem fragmentada do que reflete. No interior da caixa também possui um espelho giratório que ajuda a explorar o interior da caixa escura e ate mesmo partes específicas do rosto. O circuito entrou na parte da iluminação A medida que se muda a inclinação da caixa muda-se a iluminação O interessante e que mesmo tendo criado um objeto com objetivo de criar uma visão fechada, descobri que quanto maior a distância que se olha o fundo de espelhos, mais fragmentada e a imagem formada e olhando de longe e interessante usar o espelho giratório para perceber fragmentos do mundo exterior. Dessa forma, o uso não se limita ao isolamento de colocar a cabeça dentro da caixa mas também de observa-la de diferentes distâncias.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Objeto Interativo








O ponto de partida para este objeto era um livro, e a minha maneira de representá-lo foi buscando a essência do que significa um livro: "uma caixa de surpresas, que guarda diversas informações e que cada pessoa que vê/lê, sente uma emoção diferente."

Sendo assim criei um cubo, no qual cada face possui um orifício por onde se pode espiar e descobrir algo em seu interior. Não existe uma seqüência para se olhar embora um livro possua uma seqüência implícita para ser lido. Mas mesmo um livro tendo sua ordem nada impede que você o abra em qualquer página e veja o que há ali. Também coloquei no interior do cubo um espelho, onde a pessoa que olha vê seu próprio olho aludindo à sensação de se identificar com algum personagem ou com o próprio enredo do livro. Do projeto inicial ao final, muitas mudanças foram feitas, o cubo inicial possuía um único orifício com um olho desenhado, o intermediário possuía losangos azuis nas faces e uma das faces possuía tomadas e uma interrogação e o cubo final possui todas as faces pretas, uma legitima caixa preta.